Capitalismo Explorador?


Alegoria da Riqueza de Simon Vouet



Riqueza é a disponibilidade de bens (relações, reputação, tempo disponível, objetos, etc.) capazes de permitirem o indivíduo superar uma situação incomoda e precária.

A força de trabalho apenas produz mudanças físicas no ambiente, porém a capacidade de transformar a natureza bruta em bens com essa qualidade é um ato que depende da introspecção individual, não só da cogitação do produtor de tais bens para disponibilizá-los para uma POSSÍVEL e INCERTA troca, como também da perspectiva do próprio consumidor, que pode dar destinação diversa a tais bens. É a destinação e a finalidade que o sujeito almeja que poderá transformar bens em riqueza.

Isso se chama VALOR SUBJETIVO (sujeita ao crivo de cada indivíduo), o que derruba toda a teoria e prática marxista, que se baseia na ideia errônea de que alguém está extraindo mais-valia do trabalho alheio, como se este tivesse um valor objetivo, quantificável ou a priori, como se no mercado apenas houvessem algo como trocas e não ganhos, produção de mais valor.

Não, a produção de bens não garante que estes tenham um valor definido, o que poderia permitir determinar uma cobrança justa ou injusta pelo trabalho de forma pré-estabelecida. É aqui que o empreendedor corre o risco e o trabalhador ganha o seu garantido.
Se alguém pode extrair mais-valia de uma relação é o trabalhador que foi pago previamente por produzir algo que não foi bem recepcionado no mercado e por isso não dará retorno ao empregador.
Não é possível afirmar que alguém está ganhando demais com relação ao seus empregados ou parceiros. Demais com relação ao que? Qual o referencial? Isso é apenas discurso vazio.

Não, o valor do trabalho e dos bens não existe em si. O valor não existe sem um indivíduo analisando caso a caso, almejando diversas finalidades, que podem ser completamente diferentes da intenção original do produtor ou do uso corrente na maioria da sociedade. É a finalidade que possui o valor para o indivíduo e não o bem em si.

Conseguir reconhecer discrepâncias e diferenças na possível valoração de cada indivíduo é a atividade chamada empreendedorismo, é a capacidade de transformar a força de trabalho cega em algo capaz de incrementar a vida alheia e receber algo em troca por isso.
O que vai definir o que é justo ou injusto não é uma análise moral arbitrária ou emocional de políticos/burocratas/sindicalistas e sim o que se concretiza a longo prazo, aí sim objetivamente, na relação de oferta e demanda numa sociedade. Ninguém ganha mais ou menos do que merece, isso é uma questão com uma complexidade impossível de se resolver dentro de gabinetes estatais.

O fato de haver patrões que abusam do seu poder não tem a ver com sistemas econômicos e sim um problema moral de cada um e que cobra seu preço. Sim, o mundo não é fácil e tem problemas, resolvê-los que é difícil.

Isso é ciência, isso é razão, isso é lógica. O resto é obscurantismo, demagogia, crença cega e irresponsável de ressentidos não muito afeitos ao trabalho.


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