Coletivismo
J.M.W. Turner - Death on a Pale Horse (1830)
A cultura de não se respeitar recursos sinalizados como espaço de alguém poderia ser substituída pela cultura do completo desprezo por isso.
Nada seria privativo de ninguém, nem mesmo o próprio corpo.
Em alguns minutos, haveria uma liberdade absurda, mas todos viverão da mão para boca, se é que haverá muita coisa para por nela. Estado de pura subsistência imediata.
Tudo de mais elaborado construído por indivíduos em associações e redes complexas estará a mercê de todos e se deteriorará rapidamente.
Voltaremos à barbárie tão desejada na fantasia de pessoas ressentidas, indisciplinadas e imediatistas.
Felizmente, o ser humano possui vontade, necessidades, inteligência e força, tornando essa proposta impossível.
A mera existência de um indivíduo supõe limitação a outro. Naturalmente haverá resistência e ações conflitantes, haverá defesa imediata ou pré-ordenada.
O respeito não é uma escolha, é uma imposição da realidade. O que se pode é odiar alguém, mas não desprezar sua existência e capacidade de reação completamente. Mesmo um inválido ocupa espaço, além de possuir relações com demais indivíduos que podem lhe auxiliar.
É a partir dessa ideia que se entende a propriedade privada como uma lei natural. É impossível desprezá-la ou agir de forma contrária. Ela se impõe como realidade. Pode-se agir lhe desrespeitando, mas isso tem um preço.
Pode-se voar, mas isso não implica que a gravidade deixou de existir. Para voar, é necessário respeitar a realidade de uma lei da natureza e agir de acordo com ela, não contra ela.
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