Evolução, Estado e Capitalismo


Joseph Mallord William Turner Rain, Steam and Speed - The Great Western Railway (1844)



Sim, pode-se entender a propriedade privada como a gênese do Estado Antigo.

A existência de um corpo é condição do privar o outro. Domínio, uso da força, se impor, defesa pré-ordenada. Hordas, tribos, cidades-estados, feudos, monarquias, impérios. Tudo concerne aqui a domínio, a controle, imposição e estratégia de defesa.

A divisão do trabalho é fruto de períodos de relativa paz. Fora disso, é guerra bruta, primitiva.
Posteriormente, a associação e divisão para uma maior produtividade do trabalho continua lado a lado da guerra, mas servindo sempre aos interesses das classes dominantes.
Hoje, esta classe é complexa ainda persiste de forma não tão escancarada, dividida basicamente em quatro: militares, burocratas, politicos e grandes empresas protegidas da concorrência pela a legislação.

As sociedades, ou seja, alianças de forma voluntária, sempre estiveram presentes, mas no meio dessa guerra pela vida, por espaço, por recursos.
Na guerra, contratos possuem garantias precárias. Os interesses mudam rapidamente e não há reputação a se zelar, já que se usa a imposição e manipulação de mentes para o comando.
Nunca existiu um contrato social.
O que sempre existiu são elites no comando e coercão do restante da população, que após o desenvolvimento da economia passou a produzir os insumos para si, mas também para uma elite, tomados via impostos.

Diferentemente da atividade comercial dos tempos modernos, nos tempos mais primitivos é nítido a maior eficiência de organizações centralizadas, pela simples necessidade física de um centro de gravidade para permitir maior sinergia, movimento, por em constelação elementos antes dispersos, sem comunicação imediata com outros.
Isto foi a base da ordem social, sem isso, tudo se esfacelaria. O capitalismo pleno não surgiu ali, porque estava em desenvolvimento e possuía pouca capacidade de manipular recursos.
O domínio naturalmente segue uma cadeia hierárquica de troca de favores. Quem pode mais, sobe mais.

No entanto, como o mundo não é imutável, ocorreu naturalmente o que se chamou de Revolução Industrial. Criou-se uma maior quantidade riqueza e de forma cada vez mais veloz, o que permitiu uma descentralização cada vez maior do mundo, uma emancipação dos indivíduos com relação ao controle do Estado, com um acesso mais fácil a recursos, antes centralizados no imediata administração de poucos.
Essa foi a revolução capitalista. Riqueza diminui a necessidade por ações vigorosas do Estado para seu controle. Além do mais, o Estado se tornou obsoleto e sua burocracia incapaz de controlar o ritmo do mundo moderno.

Isso significa que o Estado Contemporâneo se refere a essa evolução? Definitivamente, não. 
O atual Estado se consolidou já após um maior desenvolvimento do capitalismo.
Este Estado é ideologia, socialismo, "coletivista", democrático.
O Estado Contemporâneo é uma manifestação reacionária, contra o desenvolvimento natural das sociedades. É uma tentativa de se manter numa casta diretora, alheia ao mundo do trabalho e viver às custas do suor alheio.

Sendo assim, o que hoje se entende como capitalismo ou livre mercado não ressurgirá novos Estados, ou retrocederá ao feudalismo, simplesmente por estes não possuírem mais operacionalidade num mundo descentralizado, sem fronteiras e dinâmico.
Sim, o Estado ainda possui capacidade de coercão e manipulação, mas está nitidamente morrendo no crepúsculo dos deuses.

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