Um Ceticismo Libertário


Sebastiano Ricci - Diógenes de Sínope e Alexandre o Grande (1659–1734)


Todos os problemas atribuídos ao capitalismo são meramente problemas da vida, da realidade. 
Os popularmente alarmados, nada mais são que problemas oriundos da falta de liberdade de mercado, ou seja, da coercão Estatal, protegendo os "amigos do Rei", em detrimento da liberdade da população de associação.

O maior problema do capitalismo e da realidade é pôr sua própria, curta e única existência em jogo, na tentativa de sobreviver com mais segurança, gerando mais recursos, mas correndo o risco de não lograr êxito e contrair grandes dívidas. 

Portanto, para muitos, especialmente os menos talentosos, é aparentemente melhor se impor à força para não precisar contrair dívidas, para não ficar como um mal pagador incompetente que não mais possui reputação na sociedade, impedindo-lhe cada vez mais de novas associações, além de possibilitar possíveis punições.

No mercado, alguém sem capital inicial, provavelmente será subalterno para o resto de sua vida. Se fará um grande esforço, para pouco retorno, que no máximo será usufruído por seus descendentes.
Já no meio político, de uso da força, a possibilidade de grandes saltos e gerar admiração de seus pares, mesmo sendo "pobre" é muito maior. 

O assumir o risco no capitalismo não é só sua bela virtude, é seu ponto mais nevrálgico, sua outra face, que não é possibilidade de somente continuar no estado natural de miséria, é ser menor ainda que isso, ou seja, ser "escravizado" por dívidas. 

Para iniciar e se estabelecer no mercado é preciso se arriscar muito. Caso alguém queira ser conservador no mercado, ter uma vida mais serena, logo será engolido pela concorrência, não se sairá do lugar por causa da própria deterioração das coisas e das necessidades fisiológicas humanas iminentes.

É um problema da vida, não só do "mercado" em si.
Por isso, o uso da força, sempre será presente onde houver aglomeração humana, de seres vivos.
É um ato de  defesa pré-ordenada de pessoas sem talentos sociais para o mercado, ou de pessoas sem horizontes financeiros. Geralmente é a grande arma de pessoas excêntricas, que não gostam muito de "se misturar".
Por isso, estas recorrem a dissimulação, a demagogia, o obscurantismo da política, quando não recorrem a uma atitude guerreira bárbara, por não ter mais nada a perder. 
Qual homem quer ficar trabalhando como caixa de supermercado e se relacionando com mulheres feias pelo resto da vida? É melhor o calor do embate e a morte honrosa na guerra.
O homem é um animal, e deseja, quer se impor, não é um ser naturalmente pacífico.

Ninguém quer ser escravizado por dívida, ficar dependente dos gostos da massas estúpidas consumidoras e da opinião alheia, por isso, o mercado é só uma tentativa diplomática para se sobreviver, mas, regra geral, a vida se impõe através da guerra. 
O mercado sempre foi algo "secundário" na natureza, mesmo na humana. É algo que só se permite após longos períodos de paz e estabilidade de um grupo no poder, especialmente se este se estabelecer por algum motivo algo especial, ser uma elite forjada de forma especial.

Socialistas defendem nitidamente uma guerra total, por todos os lados. É o uso da coercão para tudo.
Liberais, demagogicamente,  gostam de um misto dos dois (Mercado e Estado), o que não faz sentido, pois são duas formas incompatíveis, que se anulam, porque com a força, não há mais confiança. Uma vez usado a força, o clima de guerra e desconfiança se estabelece de vez e nunca mais possui se retorna a um sentimento de estabilidade e afetividade.

Libertários, ao menos, reconhecem as contradições do Estado, e aceitam a guerra como fato da realidade. Libertários só acreditam que o mercado possa superar o Estado através de sua obsolescência diante da criação de tecnologias cada vez mais descentralizadoras via mercado, mas sabem que isso é apenas um horizonte, mas não uma certeza.
Alguns crêem na possibilidade de uma revolução cultural, mas é improvável, porque é uma revolução que necessita de valor próprio, e a massa é massa por não possuir isso.

Na história, primeiro existiu a imposição da força por uma elite diretora, depois a estabilidade para florescer um mercado mais vibrante. 
Se essa elite se demonstrou "mais "liberal" como nos EUA, é outra história, é circunstância. Acredito que seja melhor às elites terem esse pensamento, porque com mais riqueza criada, mais se pode taxar.
Porém, essa elite, tende a crescer e se autodestruir, se autossabotar, perder o foco e disciplina, na guerra política e distribuição de privilégios com o inchaço da máquina estatal, por causa da constante necessidade de troca de favores. É o "mercado" do Estado.

O prevalecer se demonstrou uma necessidade civilizacional. Centros de força, de gravitação, para gerar sinergia e estabilidade. Por tudo em constelação, ao invés de dispersão caótica.

No entanto, a divulgação de teorias libertárias e as inovações do mercado estão cada vez mais ameaçando esse antigo "modus operandi" da humanidade, tornando o Estado menos capaz de controlar e manipular as massas, que também possuem vontade de poder. 

Nota-se atualmente, um Estado atrasado e obsoleto, sempre correndo atrás do prejuízo.
No entanto, está longe, do Estado, como estratégia de guerra perder seu poder. O gado é obediente e sociopatas estão cada vez mais afiados. Jogar este jogo ainda é uma necessidade.

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